terça-feira, 13 de março de 2007

Escolhendo a fraqueza

Deus não escolhe como nós escolhemos. Basta uma olhada superficial nos instrumentos que Deus usou para realizar a Sua vontade, e veremos a confirmação das palavras do Espírito Santo: “Deus escolheu as coisas loucas deste mundo … e Deus escolheu as coisas fracas deste mundo … e Deus escolheu as coisas vis deste mundo, e as desprezíveis, e as que não são” (I Coríntios 1:27-28). Repare que foi Sua escolha — não era a Sua única opção! Ter à disposição apenas instrumentos fracos, e fazer o melhor que podemos com tais instrumentos, é uma coisa — mas escolher instrumentos fracos é bem diferente!

Mas por que escolher a fraqueza? Por que escolher os loucos, os fracos, os desprezíveis? O Espírito mesmo responde: “Para que nenhuma carne se glorie perante Ele … Para que, como está escrito: Aquele que se gloria glorie-se no Senhor” (I Coríntios 1:29-31). “Temos, porém, este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus, e não de nós” (II Coríntios 4:7). Ao escolher os instrumentos mais fracos que havia, Deus destaca o Seu poder. Falando sobre a esterilidade de Isabel (Lucas 1:7), Darby escreveu: “Deus realizou a Sua obra de bênção enquanto manifestava a fraqueza do instrumento que Ele usava” (The Man of Sorrows, Pickering and Inglis, pág. 10).

Entendemos essa verdade — mas como é difícil apreciá-la! Queremos ser usados pelo Senhor para a nossa glória. Queremos ser louvados pelos sacrifícios, pelas tribulações, e pelas coisas das quais abrimos mão. Queremos que nossos irmãos fiquem maravilhados com a nossa humildade. Queremos ser lembrados como instrumentos poderosos nas mãos de Deus. Queremos pensar que, se formos humildes, o Senhor fará com que todos nos honrem — se sofrermos perda por Ele, todos ficarão admirados da nossa dedicação. Queremos que o Senhor realize a Sua obra de bênção enquanto manifesta o quanto somos úteis na Sua obra.

Mas sabemos, bem lá no fundo, que para Deus receber toda a glória, eu devo ser esquecido! Como disse João Batista: “É necessário que Ele cresça e que eu diminua” (João 3:30). Precisa acontecer — é necessário! Para que Deus seja glorificado, a vasta maioria daqueles que me cercam deve se maravilhar da minha loucura, da minha fraqueza, da minha falta de preparo para a obra a ser feita.

Será que realmente quero isso? Posso dizer “Amém” às palavras do Senhor: “Graças Te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, que ocultaste estas coisas aos sábios e entendidos, e as revelaste aos pequeninos” (Mateus 11:25)? Ou será que ainda sofro ao pensar na possibilidade de ser desprezado e despercebido? Quero que o Senhor receba toda a glória — ou quero uma parte dela para mim?

Eu sei que Deus escolhe os fracos e loucos — quero que Ele escolha a mim? “Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração; prova-me, e conhece os meus pensamentos” (Salmo 139:23).

© W. J. Watterson

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